segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Cabo Espichel - Santuário de Nossa Senhora

Aqui tão perto e nunca me tinha disponibilizado a ir visitar o Cabo Espichel. Confesso que só contava com rochas escarpadas convidando a um mergulho incauto no mar imenso. Por isso, foi grande a minha surpresa quando vejo um conjunto imponente formado por uma bela Igreja ladeada por duas filas de vetustas construções, onde se nota o cuidado pela sua conservação. Na minha alegre e despreocupada ignorância, e com a imaginação no auge, considerei aquilo como sendo celas destinadas a monges que ali tivessem vivido em tempos idos.


Já os via ali a ler o breviário debaixo das arcadas, em contacto directo com aquele céu e batidos pelo vento, que naquele sítio não faz cerimónia nenhuma. Um de nós, dos mais jovens, exclamou: Ena pá, tantas chaminés! a que outro respondeu com esta dubitativa pergunta: Será que dormiam e faziam a comida ali mesmo? Ná, não ficámos convencidos. Felizmente, lembrámo-nos que tínhamos aprendido a ler, uns melhor que outros, e, com algum laivo de clarividência, alguém do grupinho familiar pôs-se a ler as letras gravadas nos sítios e outro a fazer uso do telemóvel, firmando o momento para a posteridade.



Ficámos a saber que se tratava do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel ou da Pedra Mua e que aquelas construções eram as habitações destinadas aos peregrinos, a Casa dos Círios ou simplesmente Hospedarias, um registo arquitectónico com base nas casas saloias. Fomos avançando por um carreiro, feito ultimamente, que leva à Ermida da Memória. Fica ali mesmo à beirinha para quem quiser aventurar-se no vazio, salvo seja, no lugar onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora, segundo a tradição. 


De referir que há protecções tipo corrimão, que se vêem um pouco ali ao fundo, mas nem isso impede algumas pessoas de serem demasiado afoitas, até irresponsáveis perante o perigo.

E a vista espraia-se à vontade. Ao fundo a linha do horizonte, mas dum lado e do outro as escarpas e o mar em recorte lá em baixo. Distingue-se um carro no meio das pedras. O que terá acontecido? Como é que foi lá parar? Mais um motivo para especulações. 




Mais para a esquerda, não muito distante, avista-se o Farol na sua forma hexagonal e os anexos. Também fazem parte desse complexo a Casa de Água e o Aqueduto. Ficarão para a próxima visita.




De regresso a casa descemos por Sesimbra para lanchar. Já lá tínhamos estado de manhã. Almoçámos no "Lobo do Mar". Bom peixe.

Desejo a todos uma boa semana.


=====
As fotos foram tiradas por nós. Impossível incluí-las todas aqui.
A última imagem foi retirada da Wiki.

11 comentários:

  1. Olá amiga, achei interessante as suas opiniões sobre o
    Cabo Espichel, que conheço muito bem. Imagine, se aquele
    sítio fosse, por exemplo, dos espanhóis, a exploração
    turística que faziam do mesmo.
    Este verão fui lá, mas vou de vez em quando.
    Bjs.
    Irene Alves

    ResponderEliminar
  2. Nunca fui ao Cabo Espichel, mas já o tinha explorado
    minuciosamente via ''internet''...
    Passear por Espichel, Serra da Arrábida e Sesimbra foi,
    sem dúvida, delicioso...
    Continuação de dias felizes neste fim de verão.
    Beijinhos, Olinda.
    ~~~~~~~~~~

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Por último, mas não menos importante, parabéns pelas fotos
      que estão de ótima qualidade e muito belas.
      Abraço.
      ~~~

      Eliminar
  3. Uma bela e interessante reportagem Olinda
    Quanto mais leio sobre a história e cultura do seu país mais se agiganta o meu deslumbramento. Amei!!!
    Beijos

    ResponderEliminar
  4. Muito bonito e imponente!!! Acho que nunca lá fui.
    Beijinhos :)

    ResponderEliminar
  5. Que maravilha, Olinda. Adorei o laivo humorístico do texto. Não é maravilhoso quando os lugares nos surpreendem?
    Acho que nunca me perdi para esses lados.
    Beijinhos, bom restinho de Setembro.
    Ruthia d'O Berço do Mundo

    ResponderEliminar
  6. Um belo complexo de memórias ventos escarpas e mares
    onde os silêncios ganham corpo

    Boa divulgação
    desta pérola

    Bj

    ResponderEliminar
  7. Minha Querida Olinda. Há muitos (muitos) anos, quando ali estive na primeira vez, tive esse mesmo raciocínio. A diferença (parece) é agora estar bem tratado e conservado.



    Beijo
    SOL

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mas,na parte lateral esquerda, que se não vê na minha 1ª foto, há umas paredes ainda de pé a que chamam pomposamente de "Casa da Ópera", local de grande actividade cultural nos seus tempos áureos. Pena é que que não seja reconstruída, devolvendo-lhe o brilho que terá tido no passado.

      Abraço, Sol.

      Eliminar
  8. Andei lá perto, mas nunca fui lá....
    Belas fotos...
    Beijo

    ResponderEliminar
  9. Apesar de conhecer bastante da zona (passei muitas férias por esses lados, tenho família muito próxima em Pinheiro s de Azeitão), também nunca visitei. Ficou o apetite, devido à tua excelente postagem.
    Bjinho, Olinda

    ResponderEliminar