domingo, 1 de novembro de 2015

Mamografias - "Une mammo si je veux" (?)

Não queria deixar passar o mês de Outubro sem fazer referência a um assunto que nos interessa sobremaneira. Mas deixei passar. Como sabemos, é o mês dedicado à doença que afecta tantas e tantas mulheres, o cancro da mama, apostando especialmente na prevenção. Nunca o assinalei aqui no Xaile, mea culpa, embora tenha já tecido comentários em blogues amigos sobre o assunto.




Mas o motivo por que estou a escrever sobre isso agora é para assinalar um pequeno artigo que li na revista L'Express, sobre mamografias, intitulado "Une mammo si je veux", e que começa assim: Et si la mamographie tous les deux ans pour les femmes de plus de 50 ans n'était pas justifiée? Informa-nos que cinco médicos estão ou estavam a debater, à data, os limites deste exame num novo site, Cancer.rose.fr. Não consegui aceder ao endereço atrás indicado por isso transcrevo mais algumas palavras do referido artigo:

Leur verdict, avec vingt ans de recul sur la pratique du dépistage géneralisé, fait réfléchir: trop peu de vies ont été sauvées, au regard des mutilations inutilement provoquées chez de nombreuses femmes affectées d'une tumeur bénigne qui n'aurait jamais évolué. Ces praticiens, pour la plupart membres de l'association pour l'indépendance de l'information et la formation médicales (Formindep), concluent: Les données actuelles ne permettent pas de vous culpabiliser si vous ne désirez pas participer au dépistage.

Diz ainda o artigo que o Ministério da Saúde, em França, acabou de disponibilizar o site de Concertation-dépistage.fr, para um debate público sobre o assunto.

E esta, hein!? Agora a decisão é nossa? Lançaram-nos num mar dúvidas. Vejam aqui como algumas delas são expressas.


Meus amigos, desejo a todos um óptimo domingo.

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L'Express, du 7 au 13 octobre 2015
Imagem: aqui


4 comentários:

  1. Há quase 30 anos eu encontrei no seio qualquer coisa que me pareceu um caroço. Fiquei muito preocupada, mas depois dos exames foi-me dito que não me preocupasse não passava de um quisto. Tinha 39 anos.Poucos meses mais tarde fiz uma cirurgia abdominal porque tinha um adenoma, salpingite e endometriose crónica. Era a terceira cirurgia abdominal que fazia em 10 anos, e como nessa altura já tinha adoptado o meu filho e já não andava desesperada para engravidar, fizeram-me uma histerectomia total, com anexotomia bilateral. Por causa disso, comecei a fazer terapia hormonal de substituição. E mamografias de 6 em seis meses ao peito. Mas o "caroço" foi diminuindo até quase não sentir. Quando isso aconteceu passei a fazer as mamografias de ano a ano. Aos 53 anos parei com a THS, mas como sofria muito com isso um ano depois retomei durante mais 3 anos. O ginecologista sempre me disse que por causa da THS podia correr um risco maior de cancro na mama, embora também me dissesse que os estudos sobre o assunto eram contraditórios, mas sempre me mandou fazer a mamografia anual.Quando fiz 65 anos, a médica de família passou a mandar fazer de dois em dois anos.Disse-me que não havia necessidade já de ser anual, e pela primeira vez falou-me que segundo estudos a radiação ao longo dos anos, se pensava que podia ser uma das causas do aumento de cancro da tiróide, e mandou-me pedir o avental, antes de fazer a mamografia.. Continuo com qualquer coisa no seio, que sempre aparece nas mamografias, mas a que eles não dão qualquer importância. Quanto ao artigo , eu não sei francês, e não sei se a tradrução do google foi correcta, mas pensando que sim, decerto em breve aparecerão outros estudos em contrário. Há sempre estudos contraditórios para as mesmas coisas.
    Um abraço e me desculpe se me alonguei. Bom domingo.

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  2. O que hoje é correto para ciência, amanha pode não o ser....o que é certo, é que apesar de todos os estudos é uma doença que continua a matar silencioasamente.

    Isabel Sá
    http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

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  3. Pois, cada caso é um caso. Eu nunca liguei a exames ou consulta, prefiro optar por uma "higiene" de vida, em alimentação, etc., mas, no caso em questão, tenho de fazer um controlo mais regular.
    Beijinhos :)

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  4. Também já tenho visto documentários, aqui na Alemanha, e lido artigos sobre os malefícios das radiações da mamografia. Esses artigos apresentam sempre estatísticas a provar que a mamografia praticamente não salva vidas, ou seja, a esmagadora maioria das mulheres vai ao médico quando nota qualquer coisa de anormal no peito. Ou, para quem vai regularmente, o médico acaba por encontrar algo na apalpação. Por outro lado, quem não adoece de cancro da mama, passa a vida a fazer mamografias sem necessidade.
    Em alternativa à mamografia, existe a ecografia aos seios e axilas, sem radiações prejudiciais e há médicos que dizem que se devia ir por esse caminho. Mas o certo é que as mamografias, pertencendo aos programas de rastreio, são gratuitas e as ecografias não (penso que em Portugal é semelhante à Alemanha).

    Nesse aspeto, sou uma privilegiada, do estilo "há males que vêm por bem". Tenho um carocito no seio esquerdo há quase vinte anos. Foi um ginecologista que mo descobriu (eu ainda não tinha notado nada) e mandou-me fazer a mamografia. Felizmente, chegou-se à conclusão de que não era maligno, trata-se de um fibroadenoma. Pouco depois calhou mudar de ginecologista, ao mudar de casa (isto tudo na Alemanha) e a médica que mantenho há 16 anos faz-me todos os anos a ecografia, conseguindo-a de graça (para mim) com a justificação de que o fibroadenoma tem de ser vigiado. Só de cinco em cinco anos me manda fazer uma mamografia. Mas como fiz 50 anos, este ano, já recebi o "convite" para ir ao rastreio de dois em dois anos. Ainda não fui, pois quero falar primeiro com a ginecologista sobre o assunto.

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